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PIB: Produto_ Interno_ Bruto_





Orientações aos visitantes>

FORMA EXPOGRÁFICA E APRESENTAÇÃO:​
12 objetos que mimetizam características físicas de produtos de consumo para constituir produtos hipotéticos​

12 ampliações fotográficas que contêm propagandas para os produtos hipotéticos

Total: 24 obras





INFORMAÇÕES AO INTERLOCUTOR:​
PRODUTO_ INTERNO_ BRUTO_

 



Quem quer dinheiro? Hahai, hihi!​
Sílvio Santos – apresentador e empresário de televisão



Art is about life, the art market is about money​
Damien Hirst – artista





 

Para você que está sofrendo, seus problemas acabaram: chegou, ao mercado (de arte), a nova linha de produtos do artista plástico Lucas Carvalho. Há tratamento e cura para os mais diversos males: depressão e falta de dinheiro? Tome Fiderelina; Fraco das ideias? A solução é o anabolizante argumentativo Brainstorm; Seus demônios pessoais o andam atormentando? Lux Fero neles!



Lucas usa, em seus trabalhos, todo um repertório apropriado da indústria para fazer sua aguda crítica da sociedade na qual vivemos.  Fiderelina, por exemplo, é uma obra que tem a apresentação típica de um medicamento: embalagem, bula e cartela de comprimidos. Só que, no lugar dos comprimidos, encontramos moedas. Nada mais coerente se queremos tratar de crises econômicas! A força de seu trabalho vem dessa torção da nossa percepção em relação às nossas expectativas quanto ao que vemos. Ao encontrarmos moedas onde esperaríamos encontrar comprimidos, ficamos nos perguntando e repensando a função de cada um desses elementos: o dinheiro e o remédio. Aqui, o humor nos resgata da confusão criada.



Em SacroAqua, a operação é a mesma: em um mundo cada vez mais laico, como seria bom um detergente que lavasse todos os pecados. Na obra, feita realmente com água benta, fica exposta a perda, no mundo moderno e contemporâneo, da dimensão do sagrado na vida de muitas pessoas e a sua substituição pelo consumo de bens industrializados.



Olhando para o mundo que o cerca, Lucas usa a arte para se relacionar com ele de modo ativo. Ele usa de sua inteligência e humor para se posicionar e, no caso, nos oferecer "soluções", "remédios", para males que nos afligem.



O seu trabalho relaciona-se com a linha de conceitualismo que engloba, entre outros artistas,  Piero Manzoni, que trabalhou a relação entre a produção de trabalhos de arte, produtos da indústria e a escala humana, com o seu trabalho "Merda d'artista", de 1961; Dana Wise, com "Jesus had a sister productions", uma instalação em progresso, iniciada em 1996, na qual a artista explora o repertório visual de embalagens dos anos 60 para lidar com temas como identidade, sexualidade e política; e Damien Hirst, com “Pharmacy“, de 1992, obra que explora as diversas maneiras da construção da subjetividade de uma pessoa, contendo temáticas relativas à saúde e doença, e fazendo uso de remédios (existentes no mercado farmacêutico) como parte da sua construção.



Após estas considerações sobre o trabalho desse artista que está começando sua carreira, só me resta recomendar que todos aproveitem a exposição, pois certamente encontrarão muito bom humor e inteligência visual. Afinal, para competir com a indústria farmacêutica tem de ser bom, muito bom, mas, para competir no mundo da arte, tem de ser muito melhor!​


Adriano C. Gomide​
 

Verão de 2011





AÇÃO ESPERADA DA EXPOSIÇÃO:​
Espera-se que as obras de PIB despertem a atenção para que possam ser bem vistas. E que, ao menos, alguma delas consiga se mostrar relevante para o interlocutor, qualquer que seja.





INFORMAÇÕES TÉCNICAS:​
Objetos: A grande maioria dos objetos expostos é de pequeno porte e composto puramente por papéis variados, que acomodam uma intensa carga textual.



Outros materiais utilizados foram: plástico-bolha, moedas, macarrão em letras, cartelas de comprimidos, agulhas, botões, imãs, frascos, água-benta, laxante, cabo de plástico, lâmpadas, seringa, estalos de salão, tiras indicadoras de ph, uma caneta e uma sapateira portátil.



Fotografias: As fotografias possuem tamanho 60 x 80 cm e foram impressas em FOAM. A sua concepção e edição foi feita por Lucas Carvalho e a fotógrafa foi Camila Lacerda.





PRAZO DE VALIDADE:​
O prazo de validade das obras expostas é perene enquanto houver a possibilidade de que sejam entendidas como arte, apreciadas e possuam significado contextual.





INDICAÇÕES:​
PIB é indicada para quaisquer visitantes interessados em arte, especialmente para aqueles que tenham interesse por formas menos tradicionais de propostas artísticas. Particularmente, a exposição pode ser indicada para:​
- Colecionadores de arte​
- Curadores​
- Arte educadores​
- Hipocondríacos​
- Farmacêuticos​
- Professores (especialmente os da área de humanas) e estudantes.





CONTRAINDICAÇÕES:​
O conjunto expositivo pode causar rejeição ou incomodo a determinados grupos de pessoas.​
Dentre os quais, pode-se citar:​
- Empregados da Anvisa, aos quais compete a monitoração e fiscalização de medicamentos e de suas propagandas.​
- Empregados do Ministério da Saúde, que quebrem as patentes dos medicamentos para produzir genéricos.​
- Pessoas que vão à exposição esperando encontrar obras de arte em formas tradicionais.​
- Depreciadores diletantes.





POSOLOGIA:​
Se observadas a adequação aos horários disponíveis para visitação e ao período de duração da exposição, a exposição PIB pode ser vista por quantas vezes forem necessárias. Recomenda-se, contudo, cautela parcimoniosa para que não ocorra o risco de saturação por superdosagem, como ocorreu ao artista depois de meses seguidos de trabalho para a montagem da mostra.





ADMINISTRAÇÃO:​

Em geral, as obras expostas podem ser apreciadas visualmente e assimiladas conceitualmente através da leitura de textos escritos. Em alguns casos, elas podem se relacionar com o espectador em outras esferas sensoriais, como de modo tátil, sonoro, gustativo, espiritual, etc.​







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