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Escultura que só os espertos podem ver - 2009





Resumo>



Uma característica chave da escultura moderna, segundo Rosalid Krauss, no texto "A escultura no campo ampliado" é a supressão do pedestal, de modo que a escultura desce ao solo, dispensando uma base que intermedeie o solo à sua materialidade simbólica e exercendo sozinha a função de sustentar. Na obra "Escultura que só os espertos podem ver" ocorre o inverso, a escultura é suprimida, a favor da evidenciação do pedestal, que se eleva à condição escultórica e, qual uma escultura moderna, torna-se ele próprio sua base de sustentação e uma obra inscrita por debaixo da sua funcionalidade aparente. Essa condição ambígua se realça pelo título, que trás uma referência direta ao conto "A roupa nova do rei", de Hans Christian Andersen, e provoca o visitante, colocando em cheque sua inteligência, a perceber uma obra naquele local. O jogo criado pela provocação do nome da obra e pela presença do objeto pedestal que, em geral, assume o caráter de não-escultura, como contraponto a uma peça que costuma vir em cima de si, produz uma torção na percepção simbólica do espectador que, não raro, sente-se atentado a elucubrar a respeito das possibilidades de se considerar os elementos presentes no local um trabalho de arte, sendo raros aqueles que, como a criança do conto de Hans, afirmem simples e categoricamente a inexistência de qualquer escultura ali. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



















 

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